As Profecias de Gaddafi se cumprem

Leonardo Maximo
4 min readNov 2, 2020

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“Eu pessoalmente tenho um papel estabilizador na região da África. Se a situação na Líbia se desestabilizar, a Al Qaeda aqui governará. A Líbia se transformará em um segundo Afeganistão e os terroristas chegarão à Europa”, disse o então líder em março de 2011.

As terríveis profecias de Gaddafi “se cumprem com precisão”, de acordo com seu primo

Algumas das piores previsões do falecido líder líbio, Muammar al-Gaddafi, sobre o desenvolvimento dos acontecimentos na Líbia e outros países árabes depois da derrubada de seus dirigentes, estão se tornando realidade, segundo declarou em uma entrevista à RIA Novosti o ex general e primo de Gaddafi, Ahmed Gaddaf al-Dam.

Em seu dia, Gaddafi avisou que Líbia se desintegraria se o derrubassem. Seis anos depois do início das manifestações e confrontos, Gaddaf al-Dam confirma que este país norteafricano segue afundado em uma guerra “alimentada pelas forças pró-ocidentais” em que “não há ganhadores”.

Este antigo militar recorda que seu primo “era um historiador e um revolucionário”, tinha grande experiência e possuía informação sobre as ameaças ao Oriente Médio, sobre as quais já alertou nos anos 80: “Por desgraça”, tudo o que foi previsto se torna realidade “com precisão”.

O ocidente não quer que o conflito na Líbia termine

Se o problema eram os governos de Muammar Gaddafi e o de Saddam Hussein, como afirmava o Ocidente, então, por que continuam a destruição “sem sentido” e os homicídios?, se pregunta Gaddaf al-Dam.

O parente de Gaddafi explica que a OTAN chegou à Líbia em 2011 “como uma frente unida”, mas logo começou a apoiar os lados opostos no leste, no oeste e no sul do país e gerenciou o conflito de forma que ainda segue vigente.

Para o ex general do Exército líbio mostra-se “evidente” que o plano do Ocidente, que “chegou para matar a Gaddafi e destruir a Líbia”, porém não se implementou plenamente, portanto, “continua alimentando os grupos em conflito” para prolongá-lo o máximo possível.

“O mundo deve pedir perdão à Líbia”

A OTAN e o Conselho de Segurança da ONU são responsáveis “pelas enormes destruições” que a infraestrutura do país sofreu; dos assassinatos e o desaparecimento de um terço da população; dos cárceres com dezenas de milhões de prisioneiros; dos feridos; das riquezas, ouro e urânio roubados; mas, o mais importante, “a humilhação da dignidade dos líbios”, denuncia Ahmed Gaddaf al-Dam.

Assim, a comunidade internacional deve “pedir perdão por todas as coisas que eles fizeram aos líbios” e começar a corrigir seus erros, opina o primo do ex líder.

A 5 anos do assassinato de Gaddafi….
Cinco anos depois do assassinato Gaddafi, temos um enorme buraco negro no mapa do Mediterrâneo. É a zona de um conflito ilegal e ilegítimo, planejado só para a destruição, então a previsível catástrofe que afeta os líbios, aos interesses dos países do norte da África e também da Europa.

Hoje 74 corpos sem vida dos refugiados na Líbia atingiram as praias de Zawiya. O Crescente Vermelho Líbio recolheu os corpos. A ONU é cúmplice desta tragédia, os meios de comunicação não dizem nada.

Tunísia, Argélia, Egito negam categoricamente a intervenção militar na Líbia

Depois de uma reunião celebrada na capital da Tunísia desde o domingo, os três ministros concluíram em uma declaración que “a solução da crise na Líbia só pode estar nas mãos dos próprios líbios”.

Ademais, os três países vizinhos da Líbia expressaram sua rejeição categórica a qualquer intervenção militar no território da Líbia com o fim de resolver o conflito.

“O aspecto político da resolução, a preservação de todo o território e a soberania da Líbia segue sendo o único tema”, dito a declaração anunciada pelo ministro de Assuntos Exteriores da Tunísia, Khemais Jhinaoui.

Esta declaração insiste também em respeito das prerrogativas do acordo firmado em Skhirat no Marrocos em dezembro de 2015 um “texto de referência” sob os auspícios das Nações Unidas.

Os resultados desta reunião tripartite se apresentaram aos chefes de Estado dos três países que eles devem se reunir em uma cúpula tripartite para discutir a crise na Líbia.

Data do texto original: 20 de fevereiro de 2017

Tradução: Leonardo Maximo

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